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O futuro dos datacenters é líquido ?

Com o crescimento exponencial da demanda por processamento de dados — impulsionado por inteligência artificial, machine learning e serviços em nuvem — os datacenters enfrentam um desafio crítico: como dissipar o calor gerado por equipamentos cada vez mais potentes e compactos. A resposta pode estar na refrigeração líquida, uma tecnologia que promete redefinir os padrões de eficiência térmica e sustentabilidade no setor.

O problema do calor em alta densidade

Tradicionalmente, os datacenters utilizam sistemas de refrigeração por ar, com ventiladores e corredores de ar frio e quente. No entanto, essa abordagem está se tornando insuficiente diante de racks que consomem mais de 100 kW — como os que abrigam GPUs de última geração para treinamento de modelos de IA. O aumento da densidade térmica exige soluções mais eficazes e escaláveis.

Como funciona a refrigeração líquida?

A refrigeração líquida utiliza fluidos — geralmente água ou líquidos dielétricos — para absorver e transportar o calor diretamente das fontes geradoras, como CPUs e GPUs. Existem três principais abordagens:

- Direct-to-chip: o líquido circula por placas frias acopladas diretamente aos chips.

- Immersion cooling: os servidores são submersos em líquidos não condutores.

- Rear-door heat exchangers: trocadores de calor instalados na parte traseira dos racks.

Esses sistemas oferecem uma condutividade térmica muito superior ao ar, permitindo maior eficiência e menor consumo energético.

Sustentabilidade e economia

Além de melhorar o desempenho térmico, a refrigeração líquida contribui para a sustentabilidade dos datacenters:

- Reduz o uso de energia elétrica para ventilação.

- Permite o reaproveitamento do calor residual para aquecimento de ambientes ou processos industriais.

- Diminui a pegada de carbono das operações de TI.

Empresas como Google, Meta e Microsoft já estão investindo em soluções líquidas para seus centros de dados, visando metas agressivas de neutralidade de carbono.

Desafios e perspectivas

Apesar dos benefícios, a adoção da refrigeração líquida ainda enfrenta obstáculos:

- Custo inicial elevado para adaptação da infraestrutura.

- Necessidade de manutenção especializada.

- Riscos associados a vazamentos e corrosão.

No entanto, especialistas apontam que esses desafios são superáveis e que a tendência é de crescimento acelerado. Segundo a Uptime Institute, até 2030, mais da metade dos novos datacenters de alta densidade utilizarão algum tipo de refrigeração líquida.


Conclusão

À medida que o mundo digital se torna mais exigente e intensivo em dados, a refrigeração líquida desponta como uma solução estratégica para garantir desempenho, eficiência e sustentabilidade. O futuro dos datacenters, ao que tudo indica, será cada vez mais líquido — e mais inteligente.

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